cachorro come fezes
Você já flagrou seu cão comendo fezes e ficou assustado com o comportamento? Por mais nojento que pareça, esse hábito — conhecido como coprofagia — é mais comum do que se imagina. Embora cause repulsa nos tutores, a coprofagia pode ter origem comportamental, instintiva ou até mesmo relacionada a problemas de saúde.
Vamos entender melhor os motivos e como evitar esse comportamento.
O termo coprofagia vem do grego kopros (fezes) e phagein (comer), e descreve o ato de um animal ingerir fezes — seja as próprias, de outros cães ou de outras espécies. Apesar de desagradável, nem sempre a coprofagia é anormal.
Filhotes recém-nascidos, por exemplo, dependem da mãe para higiene e estímulo da evacuação. As mães lambem a região genital e anal dos filhotes, ingerindo as fezes, o que é considerado instinto materno e natural.
Em cães adultos, no entanto, a coprofagia pode indicar questões comportamentais ou fisiológicas que merecem atenção.
Confira os principais motivos que levam os cães a apresentarem esse comportamento:
Na natureza, os lobos (ancestrais dos cães) comiam fezes humanas e de outros animais como forma de sobrevivência. Assim, parte desse instinto pode persistir em cães domésticos.
Se o tutor briga quando o cão evacua em local inadequado, o animal pode associar as fezes à punição. Para evitar a bronca, ele pode decidir comer o “problema”.
Cães entediados ou que passam muito tempo sozinhos tendem a desenvolver comportamentos compulsivos — e comer fezes pode ser uma forma de aliviar o estresse ou chamar atenção.
Falta de fibras, vitaminas ou nutrientes pode levar o cão a buscar esses elementos em fezes, principalmente se sua alimentação estiver desequilibrada.
Infestações por vermes, doenças gastrointestinais ou má absorção de nutrientes podem causar o comportamento. Por isso, a avaliação veterinária é fundamental.
Fezes de gatos contêm mais gordura e proteínas, o que atrai muitos cães. Se você tem ambos os animais em casa, o risco é ainda maior.
Sim. Apesar de, em alguns casos, não representar risco imediato, o hábito pode expor o cão a parasitas, bactérias e vermes presentes nas fezes. O contato com fezes de outros animais, principalmente em locais públicos, pode ser ainda mais perigoso.
Veja as principais estratégias para eliminar a coprofagia:
Dê mais atenção ao seu cão: aumente os momentos de brincadeira e interação.
Estimule o cérebro: ofereça brinquedos interativos e atividades que desafiem o cão mentalmente.
Melhore a alimentação: consulte um veterinário e considere trocar a ração por uma mais completa e rica em fibras, gorduras e proteínas.
Recolha as fezes imediatamente: evitar o acesso é essencial para eliminar o hábito.
Caixa de areia fora do alcance: se você tem gatos, mantenha a caixa sanitária em local onde o cão não possa alcançar.
Focinho longe da sujeira: em passeios, utilize focinheira caso o cão insista nesse comportamento.
Suplementos naturais: levedura de cerveja (rica em vitaminas do complexo B), abóbora ou cenoura crua ajudam na digestão e promovem saciedade.
Consulte o veterinário: problemas digestivos, verminoses ou deficiências nutricionais devem ser tratados com orientação profissional.
Apesar de ser um comportamento indesejado, é possível reverter a coprofagia com dedicação, paciência e orientação especializada. Combine estímulo físico, mental, boa alimentação e o manejo correto do ambiente. E lembre-se: buscar ajuda de um especialista em comportamento canino pode fazer toda a diferença para resolver o problema de forma definitiva.
Ricardo Tamborini – Oficial Brasil – Atualização de Copyright © 2025