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Adestramento e trabalho comportamental: Entenda as diferenças e benefícios

diferença entre adestramento e trabalho comportamental

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Por: Ricardo Tamborini

Adestrador e Especialista em Comportamento Canino

Os tutores de cães frequentemente procuram ajuda quando enfrentam desafios com seus pets, muitas vezes buscando um adestrador como solução inicial. No entanto, é crucial entender a diferença entre o adestramento e o trabalho comportamental, pois cada abordagem atende a objetivos distintos. Embora ambos sejam importantes, o trabalho comportamental foca em algo ainda mais profundo: compreender e modificar as raízes do comportamento canino.

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O que é adestramento?

adestramento canino é um processo que ensina comandos específicos e habilidades ao cão, com o objetivo de melhorar a comunicação entre o tutor e o pet. Ele cria um canal de interação claro e ajuda o cão a entender o que é esperado dele em situações específicas.

Principais tipos de adestramento:

Adestramento básico de obediência: Ensina comandos como “sentar”, “deitar”, “ficar” e “vir quando chamado”. É essencial para a convivência harmônica no dia a dia.

Adestramento específico:

  • Guarda e proteção: Ensina o cão a proteger pessoas ou propriedades.
  • Agility: Desenvolve habilidades de velocidade e agilidade para competições.
  • Busca e resgate: Focado em encontrar pessoas ou objetos em situações específicas.
  • Faro de drogas ou explosivos: Utilizado principalmente em ambientes policiais.

Benefícios do adestramento:

  • Fortalece o vínculo entre tutor e cão.
  • Mantém o cão mentalmente e fisicamente ativo.
  • Melhora a convivência por meio de obediência e disciplina.
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O que é o trabalho comportamental com cães?

trabalho comportamental vai além de ensinar comandos. Seu foco principal está na educação do cão e na modificação de comportamentos indesejados, abordando questões mais profundas e muitas vezes complexas.

Objetivos do trabalho comportamental:

  • Entender as causas por trás dos comportamentos indesejados, como latidos excessivos, mordidas, ou ansiedade de separação.
  • Criar uma rotina equilibrada e saudável para o cão.
  • Orientar os tutores sobre como suas ações e hábitos diários influenciam o comportamento do pet.

Exemplos de problemas abordados:

  • Brincadeira de morder;
    Morder as mãos e pés dos membros da família durante as brincadeiras.
  • Destruição de objetos;
    Roer móveis, sapatos e outros objetos da casa.
  • Necessidades no local errado;
    Fazer xixi ou cocô em lugares não apropriados.
  • Choro ao ficar sozinho;
    Apresentar ansiedade ou desconforto vocalizando excessivamente quando deixado sozinho.
  • Ansiedade de separação;
    Desenvolver ansiedade ao ponto de não se alimentar, destruir objetos e ficar vocalizando quando separado dos proprietários.
  • Latidos excessivos;
    Latir excessivamente em diversas situações.
  • Agressividade durante a alimentação;
    Demonstração de agressividade ou possessividade em relação à comida.
  • Dificuldade de socialização;
    Comportamento tímido, medroso ou agressivo em determinadas situações.
  • Lamber excessivamente;
    Lamber as patinhas, partes do próprio corpo, mãos ou o rosto das pessoas de maneira constante.
  • Perseguir à cauda;
    Tentativa constante de morder ou perseguir a própria cauda.
  • Inquietação;
    Dificuldade em permanecer em um estado calmo por períodos prolongados.
  • Roubo de comida;
    Tentativa de roubar comida de mesas ou bancadas.
  • Hiperexcitação ao cumprimentar;
    Excesso de entusiasmo e energia ao cumprimentar pessoas ou outros animais.
  • Avançar em visitantes;
    Comportamento de avanço ou pulo sobre visitantes ao chegar.
  • Ignorar limites de espaço;
    Não compreender ou respeitar os limites de espaço estabelecidos.
  • Reatividade a sons;
    Reagir exageradamente com medo ou agressividade a ruídos, como campainhas, interfone, buzinas ou outros sons.
  • Cavar excessivamente;
    Cavar o chão, tapete higiênico ou jardim de maneira persistente.
  • Ignorar comandos básicos;
    Não obedecer a comandos fundamentais, como “venha” ou “pare”.
  • Rosnados excessivos;
    Vocalização frequente de rosnados ou resmungos.
  • Perseguir pessoas ou animais;
    Tendência a perseguir pessoas da casa, visitas ou outros animais da casa ou na rua.
  • Puxar na coleira;
    Dificuldade em caminhar sem puxar a coleira.
  • Pular nas pessoas;
    Pular excessivamente nas pessoas (donos ou visitas).
  • Roubo de objetos;
    Tendência a pegar e esconder objetos não pertencentes a eles.
  • Choro noturno;
    Expressar desconforto ou solidão por meio de vocalizações noturnas.
  • Fuga ou tentativa de fuga;
    Tentativa de escapar ou fugir durante a rotina da casa no dia a dia.
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Adestramento x trabalho comportamental

1-Foco do trabalho:

  • O adestramento foca em o que o cão deve fazer.
  • O trabalho comportamental foca em por que o cão se comporta de determinada maneira.


2-Método de aplicação:

  • O adestramento ensina comportamentos por repetição e reforço.
  • O trabalho comportamental analisa o ambiente, a rotina e as interações, modificando o contexto para mudar comportamentos.


3-Participação dos tutores:

  • No adestramento, o adestrador conduz os treinos diretamente com o cão.
  • No trabalho comportamental, o tutor desempenha o papel central, sendo guiado por um especialista para educar e corrigir comportamentos.

Por que o trabalho comportamental é essencial?

No trabalho comportamental, o especialista analisa a relação entre o cão e o ambiente em que vive, identificando gatilhos e fatores que impactam o comportamento. A partir dessa análise, são desenvolvidas soluções práticas e adaptadas ao estilo de vida da família.

Como funciona o processo:

  1. Avaliação inicial para identificar causas do comportamento.
  2. Explicação detalhada sobre os fatores que influenciam o problema.
  3. Plano de ação com passos claros para corrigir comportamentos.
  4. Acompanhamento para garantir a aplicação correta das mudanças.

Portanto:

Tanto o adestramento quanto o trabalho comportamental são ferramentas poderosas para melhorar a relação entre tutores e cães. No entanto, problemas comportamentais demandam um olhar mais aprofundado e um compromisso maior por parte dos tutores.
Se você busca uma convivência mais harmoniosa e compreensiva com seu cão, o trabalho comportamental é o caminho ideal para resolver problemas pela raiz e garantir uma relação equilibrada e feliz.

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Referência:

Ricardo Tamborini é reconhecido como uma das maiores autoridades em adestramento e comportamento canino no Brasil, com 29 anos de experiência transformando a relação entre tutores e seus cães. Sua abordagem inovadora e eficaz combina técnicas modernas de educação canina com um profundo conhecimento sobre comportamento animal, ajudando milhares de famílias no Brasil e no exterior a superar desafios e promover uma convivência harmônica com seus pets.

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